Sexta-feira foi meu aniversário, e eu completei 33 anos. Pra muita gente, pode não ter muita importância, mas pra mim isso tem o peso de toda a vida. Eu AMO o dia do meu aniversário, é uma daquelas coisas de adolescente das quais eu não tenho a menor pretensão ou necessidade de me livrar.
Alguns dos meus amores continuam aqui, firmes e fortes como sempre. Algumas novas e bem vindas pessoas, novos e bem vindos mundos de diversas formas, mas eu devo confessar que às vezes dá trabalho gostar de tantas coisas. Pior do que gostar, é não saber fazer nada aos poucos… Eu sou péssima em doses homeopáticas de interesse.
Amo muito levar meus cães para competir, conviver com eles, estudar para poder cuidar deles a cada dia melhor. Amo muito a ONG e tudo o que ela representa, e amo gatos incondicionalmente. É aquilo que gosto, que me move, aquilo capaz de me tirar da cama de manhã (e olha que são pouquíssimas coisas). Amo cinema, amo filmes que o Cris me mostra, amo falar sobre isso. Estudar sobre isso. Amo veterinária, e amo descobrir coisas sobre ela.
Amo música. Música de verdade, de qualidade, vinda de gente que sabe o que toca e canta. Amo Zeppelin, Floyd, PJ. Amo Plant, Gilmour e Vedder; o primeiro e o último, do começo até hoje, e o do meio, só até 82. Amo ver o Cris tocar guitarra, amo poder conviver com alguém tão decente, tão aplicado, tao bom caráter e tão HOMEM como ele. Acho que tive a sorte de encontrar o último homem decente do mundo.
Amo viajar. Amo comer coisas esquisitas, amo fazer coisas difíceis só porque são difíceis. Amo pensar em outras línguas, como inglês e espanhol.
Não amo muito gostar de gente que não me dá a mínima, mas que por alguma razão ainda mantenho a esperança de que um dia queiram uma amizade mais próxima. Amo pessoas que estão por perto e que tem se mostrado companheiras, verdadeiramente.
Amo não ter me esquecido de quem eu sou, do que sou feita e de onde venho. Amo a pessoa que inventou a escova gradativa, porque sou muito mais feliz depois dela. Amo as minhas sobrancelhas enormes, amo as pestanas curtas do Vito porque o Válter as come. Amo o amor deles dois, e sinto até um tiquinho de inveja por não fazer parte dele. Vale a pena viver uma vida inteira só pra viver um amor como o dos meus dois gatos machos mais velhos.
Amo quando alguém de longe se lembra de mim. Amo quando tenho coragem pra escrever pra alguém que está longe porque eu a pus longe. Amo descobrir que eu sinto falta de algumas pessoas quem definitivamente merecem um tanto mais da minha dedicação, e amo me dedicar a quem está por perto e nem precisa pedir por isso.
Não amo muito compromissos desmarcados. Amo resolver as coisas na hora em que elas acontecem. Amo presentes de aniversário, amo ganhar qualquer coisa. Amo perfumes, amo saber sobre eles e mais do que isso, amo poder tê-los – aos montes – agora.
Amo a idéia de novos planos. Amo poder planejar coisas malucas em princípio, e isso só é possível porque a outra metade de mim é tão maluca e apaixonada como eu. Amo morrer de orgulho do Cris, ainda que nem mesmo ele saiba o quão importante, imenso, decente, honesto e grandioso ele é. Amo o Grandioso Vítorl.
Amo meus dourados, mas eles são uma parte da minha vida. Só uma parte. Amo preparar a comida deles, e amo vê-los crescer fortes e sadios, e saber que isso também se dá ao meu esforço. Amo a gataria que resgato, mas não amo muito lavar o banheirinho deles de madrugada. Amo bebês gatos, mas não amo muito acordar de 3 em 3h para alimentá-los quando são abandonados sem a mãezinha deles.
Amo gatos geniosos que precisam ser conquistados, e amo pessoas que são assim também. Amo gente que ninguém ama, e amo gente difícil. Amo descobrir que algumas pessoas difíceis são somente fachada, e que na verdade elas são mesmo é grandes abacaxis maduros: cascudos e espinhentos por fora, doces e cítricas por dentro.
Amo gente que topa remodelar o que não gosta. Amo gente que encara relações e desafios de peito aberto, não sem medo de tomar porrada porque isso todo mundo tem, mas sem se deixar petrificar por este medo.
Amo o cinema argentino. Amo Iñarritu, amo Del Toro. Amo Fleet Foxes, amo, Kings of Leon. Amo gente nova fazendo tão bem quanto os velhos o que os velhos fazem de melhor. Amo gente que não tem vergonha de cantar chorando, de atuar como quem está levando o pai à forca. Amo.
Não amo muito o Tarantino, mas amo seu Bastardos Inglórios. Não amo, nem gosto, na verdade eu detesto o Oscar. Não amo coisas muito evidentes, não por estarem na cara mas porque sempre me dei bem descobrindo o que estava mais escondido. Vale, ao menos, pelo desafio.
Amo saber que eu não estou sozinha. Amo saber que lá no quarto, agora, está alguém que, como eu, sente que ‘we’re just two lost souls swimming in a fish bowl’.
Amo visceralmente as minhas irmãs. Amo os meus pais, o meu marido, os meus gatos, os meus cães, os meus amigos. Acima de tudo, acima desse amor por tantas coisas, está o meu amor a mim.
Pode acreditar =o)
Tati.
Querida,
e eu amo ver que vc ama tudo isto e que tudo isto é o que faz que vc seja a pessoa tão amada que é. Parabéns mais uma vez pelo seu aniversário e por todo este amor que é capaz de oferecer!
Fia,
Seu respeito pelo AMOR à Vida, é o valor que raramente é reconhecido até que seja perdido.
Feliz de você querida, AMA incondicionalmente a Tua Vida.
Bjks de quem te ama incondicionalmente. 🙂
[…] agorinha com esse texto que escrevi quando completei 33 (O Peso do Velho). Às vezes releio algo que escrevi ontem e é difícil identificar como meu. Não porque mudei […]